sábado, 3 de outubro de 2009

Dueto em branco e preto estréia online no MSN dia 05/11 as 20h.

O ponto mais inovador é no quesito exibição pois, o espetáculo será assistido online pelo MSN, para isso basta adicionar o e-mail: duetoembrancoepreto@hotmail.com e está online dia 05/11/09 as 20h.


Mostrar através de um trabalho de dança contemporânea um estudo sobre forças opostas, a importância de reconhecer e aceitar a diversidade, todos somos diferentes e essas diferenças causam intrigas, guerras, amor, caridade, atração. Buscamos fazer uma relação em cima das cores branca e preta, cores extremamente opostas. Abordamos questões dúbias através de forças que se completam e se repelem.



O que seria do dia sem a noite? Do certo sem o errado? Do simples sem o complexo? Do ciúme sem o desapego? Do amor sem o ódio? Do positivo sem o negativo? Um não faria menor sentido sem o outro, são forças que se complementam e se opõem. Partindo desse princípio os intérpretes-criadores Luís Carlos Vale e Valdemar Santos desenvolvem um trabalho que busca, nessas contradições, elementos para falar das relações opostas, mostrando nosso lado mais ambíguo.


O trabalho se coloca como experimento de colaboração teórica e prática, estreitando a fusão entre linguagens. Comunicando de forma harmônica e equalizando a relação entre as cores branca e preta, para isso contamos com olhar externo de Adriano Abreu que também assina figurino e cenário. Acreditamos fortalecer nossos trabalhos e também apostar em uma forma colaborativa de criação, tendência nos trabalhos contemporâneos que buscam unir cada vez mais as linguagens,

Estréia dia 05 de novembro no Teatro 4 de Setembro dentro do projeto popular 1,99. Em seguida no dia 12 e 15 de novembro se apresenta no Festival Dança Pará 2009. O ponto mais inovador do projeto é no quesito exibição pois, o espetaculo poderá ser assistido online pelo MSN, para isso basta que vc adicionar o e-mail: duetoembrancoepreto@hotmail.com e se conectar no horário do espetáculo....

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

16º. Encothe Adulto – Primeiro Dia, por Maneco Nascimento

O Teatro Municipal João Paulo II recebeu na noite do dia 19 (sábado) de setembro de 2009, o primeiro dia do Encothe Adulto. Para essa noite apresentaram-se os corais da Escola de Música de Teresina (Regente Aislan Leal); da Secretaria de Administração (Regente Teotônio Rodrigues); Coral Misto “Pinheiro Machado” e “Liceu” (Regente Moisés Lodoro) e Coral da AABB/FENABB (Regente Cláudia Tenório).

Há dezesseis anos realizando o Encontro de Corais de Teresina, a Prefeitura de Teresina e a Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves reafirmam essa cultura de que a cidade é musical e estimulam os dons musicais seja a partir da prática de tocar um instrumento, seja a partir do canto coral. Sempre há uma arte de aliviar o espírito e enriquecer a arte e cultura da Cidade.

Os corais que fizeram as vezes nesse dia 19 de setembro cumpriram bem seu papel e demonstraram haver vida saudável na prática de canto coral de Teresina. Alguns + imberbes, outros + ousados e uns ainda + equilibrados.

Todos fizeram bem a lição, cantar e encantar, perpetuar o coro de vozes dos contentes na defesa das melodias. Houve coro com aspectos mais estudantis e essa certa volatilidade que estudantes têm com as práticas oferecidas pelas escolas. Acertaram, mas timidamente e com vozes encolhidas, não semitonadas, com receio de errar (Coral da Escola de Música de Teresina e Coral Misto “Pinheiro Machado” e “Liceu”).

O coral representante da Escola de Música de Teresina parecia ter mais força no regente (Aislan Leal) que no Coro, objeto de maior interesse do público ouvinte e sujeito primeiro de apropriação de resultados da arte de bem cantar. Já o Coral Misto “Pinheiro Machado” e “Liceu” trazia um vigor e bom humor no regente (Moisés Lodoro) que dava uma calma e tranqüilidade aos coralistas durante a performance de perfil escolar em franca aprendizagem.

Houve outros que percorreram melhor as melodias e arranjos + versáteis e não fizeram-se de rogados. Naipes femininos seguros e com vozes limpas determinando a partitura. Repertório rico da cor musical brasileira, dado presente em todos os corais, e intenções privilegiadas de aplicar regras de partituras com alegria de cantar e defender a arte do canto coral. O regente Teotônio Rodrigues, Coral da Secretaria de Administração, tem um grupo que não disfarça o que tem aprendido nos ensaios preparatórios à apresentação.

O último coral a se apresentar na noite foi o da AABB/FENABB, regido por Cláudia Tenório. Nesse grupo houve também destaque às vozes masculinas, especialmente de tenores. Nas três iniciativas anteriores os sopranos e contraltos foram dominadores. As melodias selecionadas pelo coral da AABB/FENABB andejaram entre exemplos do “brega” (com arranjo muito feliz para coral) e clássicos da MPB. Grupo enxuto, desenvoltura satisfatória do ponto de vista músico/vocal e talento com saldo de profissional.

Dos sete corais inscritos para a noite do dia 19 de setembro de 2009, quatro preencheram com prazer sensível a platéia concorrida do Teatro Municipal João Paulo II e carimbaram com a presença devotada o 16º. Encontro de Corais de Teresina.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Conte um repertório

Conte um repertório
por maneco nascimento

O Balé da Cidade de Teresina completa nesse ano de 2009 dezesseis anos e o faz com um desenho de investidas para as marcas cênicas da Cidade. Por Ele já passaram Nazilene Barbosa,Weyla Carvalho, Janaína Lobo, Fernando Freitas, Eugênio Rego, Roberto Freitas, et all.
Na fase de adolescente, em expansão de vida recomendável para os livros de memória, tem tentado soerguer-se. Sair da fase em que o estado burocrático de artista fez passeio pelo estágio do lúdico e criativo e quase tomou força de continuidade. Como o artista é protegido pelas cósmicas forças das dêiades do Olimpo e de universos mais superiores, acabou por estabelecer-se como ontem eu sim, amanhã eu sonhe. E quando sonha a natureza do homem(genérico) repleta-se de boas construções da arte. Nova arte rebuscada de velhos temas tão banais em novas tramas tão legais.
Dia 29 de maio de 2009, de passagem pelo Teatro Municipal João Paulo II, o Balé da Cidade de Teresina apresentou a peça MOSAICO - três temas bem distintos, de variação para a mesma sílaba. O ganho do ato criador decodificado em tônus e imagens selecionados aos olhos por corpos decifrados.
Na primeira coreografia do MOSAICO, o Balé da Cidade de Teresina apresentou “Pé de Garrafa”, criada pelo coreógrafo Marcelo Lopes. Relê uma das lendas piauienses e apresenta-a de forma jocosa e divertida, brinca com corpos quentes, em frases temáticas das cores da lenda selecionada.
No segundo momento, a lenda foi “Miridã”, coreografia de Samuel Alves. A história, uma versão shakespeareana para a temática indígena. Brigas de famílias e a impossibilidade da junção de amantes constroem, no memorial popular, o fardo da gravidez indesejada, o abandono do bebê e, num salto ao realismo fantástico, o choro da curumin-mãe transforma-se em lagoa na que aparece o espectro da cria abandonada. O corpo em baile composto às personagens das aldeias conflituosas tem a força do corpo do Balé da Cidade de Teresina, parece lugar comum da dança, mas não é. Há um esforço determinado e coreografado para as linhas descritas à trama apresentada.
E por fim, o Balé da Cidade premiou o público com “Folha D’água”, criação do coreógrafo pernambucano, radicado na Europa, Marcelo Pereira. O resultado apresenta leveza e depuro orquestrado para corpos flutuantes e marcadamente precisos enquanto percorrem dinâmicas detalhadas. É corpo de língua solta, soletrando frases e orações ao palco de inteligíveis intenções.
Dia 30 de junho ao completar 16 anos, o Balé da Cidade de Teresina fará uma grande cena, como promete Sidh Ribeiro, diretor e coreógrafo da companhia, bem ao estilo inquieto e criativo de suas peças representadas na cidade e alhures. A cidade merece a companhia que conta bons repertórios.
Teresina, 31 de maio de 2009
Exercícios para cérebros enferrujados

Não deixe de ler..
De aorcdo com uma peqsiusa

de uma uinrvesriddae ignlsea,

não ipomtra em qaul odrem as

Lteras de uma plravaa etãso,

a úncia csioa iprotmatne é que

a piremria e útmlia Lteras etejasm

no lgaur crteo. O rseto pdoe ser

uma bçguana ttaol, que vcoê

anida pdoe ler sem pobrlmea.

Itso é poqrue nós não lmeos

cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa

cmoo um tdoo.


Sohw de bloa.



Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito.

35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!

Consegues encontrar 2 letras B abaixo? Não desistas senão o teu desejo não se realizará...

RRRRRRRRRRRRRRRRRRR RRRRRRRRRRRRR
RRRRRRRRRRRBRRRRRRR RRRRRRRRRRRRR
RRRRRRRRRRRRRRRRRRR RRRRRRRRRRRRR
RRRRRRRRRRRRRRRRRRR RRRRRRRRRRRRR
RRRRRRRRRRBRRRRRRRR RRRRRRRRRRRRR
RRRRRRRRRRRRRRRRRRR RRRRRRRRRRRRR

Uma vez que encontrares os B

Encontra o 1

IIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII
IIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII
IIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII
IIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII
IIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII
IIIIIIIIIIII1IIIIII IIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII
IIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII
IIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII
IIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII
IIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII
IIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIII

Uma vez o 1 encontrado.

Encontra o 6

9999999999999999999 999999999999999
9999999999999999999 999999999999999
9999999999999999999 999999999999999
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9999999999999999999 999999999999999
9999999999999999999 999999999999999
9999699999999999999 999999999999999
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9999999999999999999 999999999999999
9999999999999999999 999999999999999
9999999999999999999 999999999999999


Uma vez o 6 encontrado ......

Encontra o N (É díficil!)

MMMMMMMMMMMMM
MMMMMMMMMMMMM
MMMMMMMMMMMMM
MMMMMMMNMMMMM
MMMMMMMMMMMMM
MMMMMMMMMMMMM
MMMMMMMMMMMMM
MMMMMMMMMMMMM
MMMMMMMMMMMMM
MMMMMMMMMMMMM

Uma vez o N encontrado.. .

Encontra o Q..

OOOOOOOOOOOOOOOOOOO OOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOO OOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOO OOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOO OOOOOOOO
OOOOOOOOOOQOOOOOOOO OOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOO OOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOO OOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOO OOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOO OOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOO OOOOOOOO

Pede 2 desejos!
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Um elogio ao Brasil musical

por maneco nascimento




A Companhia Manoel Kobachuk com o seu “Encanta Brasil’ encheu os corações do público estudantil que preencheu duas sessões do Teatro Municipal João Paulo II, no último dia 08 de maio, às 14 e 16 horas respectivamente. De Teresina e de Codó(MA) chegaram as caravanas de crianças e adolescentes bastante empolgadas com bonecos de toda qualidade e eficiência de vida de marionetes. Das mais variadas técnicas de manipulação tanto para criança quanto para adultos, como frisa o release da Cia, há bonecos com sopro de vida movimentados com as mãos, com fios, com varas, sombras. Um “Encanta Brasil” de atores e bonecos para espectadores de todas as cidades e todos os gostos.
Com 30 anos de carreira e + de 20 espetáculos de teatro de bonecos, a Companhia Manoel Kobachuk tem alma de títere e larga memória de realização em seu repertório de arte criativa, lúdico e fantasia para um universo de muita cultura revisitada.
Com o “Encanta Brasil” alarga o fantástico mundo do teatro de marionetes e brinca de todo poderoso ao animar o extraordinário círculo do inanimado. O Teatro do Invisível aos olhos da mais diversa geração de platéia, do mais imberbe ao mais maduro espectador admirado de encanto pela arte de entreter, divertir e propiciar prazer elaborado a olhos, ouvidos e espírito livre.
Num elogio à música popular brasileira seleciona um histórico que se inicia com sons de identidade primitiva africana para desembarcar em praias brasis. Os quatro atores manipuladores - Paulinho de Jesus, Alejandro Dominguez, Cláudio Miiller e Roberto Venícius - abrem a cena com máscaras primordiais que vão evoluindo para a carnavalização até aportar na máscara da máscara: a do próprio ator. Num didático ensaio de cultura histórico/sonora construída, vai-se evoluindo nas manifestações musicais recortadas para as características de cada região brasileira. Tudo feito ao sabor do maravilhoso mundo mágico dos bonecos com seus alegres e fantásticos sonhos animados ao vigor do ato concentrado de sua anima, o manipulador. Este, por sua vez, recebe a tutela dos criadores – Manoel Kobachuk, Neiva Figueiredo e Edson Naindorf – das personagens vigorosas vistas em cena.
As homenagens às Cantoras do Rádio com as deslumbrantes Rainhas Emilinha Borba e Marlene entremeadas com a voz das Frenéticas é +. Seu Lula, o saudoso Luis Rei do Baião Gonzaga também é ponto expressivo e emocionante do espetáculo. Faltassem tantas outras referências à memória da nobre música popular brasileira, sobraria a iluminação de Luís Nobre, quente como a alma dessas gentes que construíram o cancioneiro nacional.
A Confecção de Figurinos, de Cláudio Miiller está téte a téte com a Cenografia, Figurinos, Adereços e Máscaras forjados nas caldeiras de Márcio Innocenti. Ainda que fosse pouco falar da montagem até aqui, seria injusto esquecer os Solos de Guitarra de Gilson Fukushima ou a Direção Musical e Trilha Sonora de Ulisses Galetto.
Pois parece que há um gênio do bem planejando estratégias de conquistar platéias por onde passar. Esse gênio manipulador das fantasias mais interiores, aprisionadas no recôndito de todo mundo, atende pelo nome de Neiva Figueiredo – Direção de Produção; de Manoel Kobachuk – Roteiro e Direção e da especial Companhia Manoel Kobachuk que assina a Produção do espetáculo.
Num Brasil de uma diversidade de manifestação sonora surge, no quadro atual, um determinado segmento musical que parece dominar o espaço e inebriar definitivamente o senso comum em favor da indústria cultural tautológica. Porém há uma nota dissonante, está no teatro e se apropria da linguagem sonora. Desenhada na partitura da vida e memória da música brasileira, o “Encanta Brasil” ensina, repete e melhor, reconstrói o memorial do imaginário popular musical a partir de uma das técnicas + primitivas do fantástico teatro inventado pelo homem das cênicas: a vida de marionetes.
Grande o teatro da Companhia Manoel Kobachuk que educa ensinando o público a se reconhecer na própria história.

Teresina, 10 de Junho de 2009

DesvendandO LínguaS

DesvendandO LínguaS
por maneco nascimento

Narizele Barbosa, bailarina e coreógrafa piauiense, em sua última estada em Teresina deixou-nos um novo dado a desvendar. “Só não falamos a mesma língua” estreou na semana de aniversário do Teatro Municipal João Paulo II, no dia 11 de agosto, às 20 horas.

Não sendo obra do acaso, mas de criação elaborada, “Só não falamos a mesma língua” abre todas as janelas ao novo, ao ato criador cuidado para reelaborados textos de corpos falantes.

Criada para o Balé da Cidade de Teresina, a coreografia é limpa e detalhadamente incorporada à dança nova desprovida de imagens vazias e movimentos frenéticos que, por vezes, esquizofrênicos. É desenho claro e cheio de gestos matemáticos para a estética da dança de retas, círculos, ângulos para todos os graus da dinâmica de ocupação espacial. Tem graça, tem estilo próprio, tem dois e dois também sendo cinco. A simetria e a assimetria reúnem a mente criadora e reintegram a sinestesia invadindo anatomias presentes e o consciente trabalho de formas e expressões às linguagens claras.

Romance, amor, paixão, prisão em liberdade de escolhas e de matizes para o objeto coreografado. A representação do sujeito às frases + feitas da arquitetura cênica planejada.

O grupo reunido a “Só não falamos a mesma língua” é fala bem inflexionada, é frases e orações pontuadas como quem ganha o tempo com todo o prazer. Tem dinâmica própria e, graciosamente, é determinante dos melhores efeitos retirados da leitura da coreografia apropriada.

O melhor exercício para as cênicas é o que oferece signos claros como a luz do sol, em que a virtuose está na simplicidade e no gesto universal da comunicação à música de silêncios e barulhos, de claros e escuros, de sombras e luz, de corpo e movimento. Falando a mesma língua ou reinventando a dinâmica dos falares e letramentos corporais cada bailarino tem sua escrita particular e frase de efeito pragmático para o alfabeto de tronco comum. Revivificam as letras mortas e desvendam as letras novas, os novos textos de coreografias assimiladas feito prazer de primeiras leituras. “Só não falamos a mesma língua” eficientiza um teatro de corpo inteiro, vivo, bem humorado e definitivamente apropriado das melhores experiências para tablados e linóleos.

O Balé da Cidade de Teresina acolhe mais um bom exercício para o memorial de sua história de dezesseis anos, comemorado em 2009, e efetiva um dado novo, desvendado para o repertório da identidade criativa e criadora da Cia. Segue com talento histórico o sucesso à língua, linguagem, fala do Corpo de Dança aos corpos falantes que o compõem.

Teresina, 11 de agosto de 2009

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Porque a arte é assim

Porque a arte é assim
por maneco nascimento

Não se pode dizer, nunca, que as memórias não se salvam por si só. Como os espirais do tempo haverá sempre sombras e luzes que passem despercebidas ou muito visíveis a olhos mais atentos. E no caminho da vida vertem-se as pequenas, médias e grandes lembranças à memória mediadora da sobrevivência da espécie, enquanto registro social e político.
Teresina tem acompanhado há mais de trinta e tantos anos a arte de representar de Lari Sales, um dos mais expressivos expoentes da cênica local. Encarnou a heroina Jovita em “Raimunda Jovita na roleta da vida”, direção do grande José da Providência e Raimunda Borborema, em “Os dois amores de Lampião antes de Maria Bonita, só agora revelados”, direção de Arimatan Martins. As personagens foram compostas pelas linhas de nosso saudoso Chico Pereira da Silva. Em outro momento, Lari encarnou Maria I, a Rainha Louca, em “Ópera da Liberdade”, espetáculo homenagem aos duzentos anos de morte de Tiradentes. Também emprestou seu livre arbítrio a Herodes, composição impressionante, na peça “Ópera da Estrela Guia”. As duas obras foram dramatizadas para o Adro da Igreja de São Benedito com texto de Aci Campelo e direção de A. Martins. Dirigida por Everaldo Vasconcelos, compôs a cônjuge traída por Zenóbia, uma camela, em “15 Anos Depois”, do texto de Bráulio Tavares.
Pelo aniversário de 150 anos de Teresina vestiu-se de Mãe do Crispin – o do Cabeça de Cuia - na montagem de “Teresina, Rios e Mitos”, texto de Aci Campelo, Música de Aurélio Melo e Direção de Paulo de Tarso Libório. Entre muitos outros trabalhos, também dirigiu e atuou numa versão de “Os saltimbancos”, de Chico Buarque de Holanda, com arranjos locais de Roraima. Fazia uma Galinha muito legal.
Não será por falta de registros que a memória do teatro local se ressentirá. A atriz Lari Sales é bamba, desde que o mundo é samba. Nesse momento, dispõe, em cartaz, de duas pérolas: “Amar se aprende amando”, texto de Benjamin Santos com Direção de Anne Amorim e “A Rainha do Rádio”, texto de José Safiotti Filho e mapa cênico de Lari e da companhia eficaz de Amigos.
No último dia 22 de maio de 2009, às 21horas e trinta minutos, durante as festas de aniversário de uma Rádio do Bairro Dirceu Arcoverde, a atriz subiu ao palco do Teatro Municipal João Paulo II para viver mais uma vez Adelaide Fontana, locutora da Rádio Esperança, numa cidadezinha do interior. Num estilo peculiar de arte e cultura, nas ondas do rádio, abre reflexão acerca de programas de antigamente e ilustra o saudosismo dos velhos tempos. Da sintonia dum horário de agradável locução em que vivia-se momentos de emoções construídas à mente. Demitida da Rádio ela faz um desabafo, contraria a ética da profissão e se vinga de seus detratores e donos da cidade ao descobrir os podres de cada um.
Lari Sales, como um bom vinho, encorpado pelo tempo, mostra dicas de como sentir-se bem diante de um bom texto e da construção da personagem. Brinca de mentirinhas delicadas e apropria-se do sarcasmo autoral para fazer pulular o discurso da idade, das pessoas tornadas invisíveis, pois descartáveis, da resistência em preservar a identidade mesmo que a custa do recomeço.
No teatro se recomeça todo dia e a cada cena. Lari é forte, densa e primordialmente atriz. Fosse preciso fazer outra coisa faria, mas ser atriz parece de um charme e prazeres que só Dioniso explicaria.
A cidade não prescinde de Ana Maria Rego, Lari Sales, Lorena Campelo, Eleonora Paiva, Izinha Ferreira, Vera Leite, Carmem Lúcia, Bid Lima, Layane Holanda, Cláudia Amorim, Tércia Maria, Sandra Farias, Janaina Alves e os mais novos ventos que por aqui sopram. A memória do teatro local está preservada e preparada para todas as cenas em quaisquer palcos.
Porque a arte é assim, para os pequenos e os grandes textos, para os maduros e os novos intérpretes. Lari Sales é assim, amor conquistado a cada palco, a cada fala inflexionada e a cada cartografia de luz em energia bacante.
Viva o teatro brasileiro e a boa memória construída pela arte e cultura da cena local. Evoé, fortes mulheres de doces e delicados timbres dramáticos.

Teresina, 23 de maio de 2009

Por Maneco Nascimento